Postergo para Infinitos Marshmallows*

*mais um título que ganhei de presente de um amigo de mente turbinada.

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Quando se trata de grandes recompensas, o quanto você é capaz de esperar?

Quando fiz a minha formação como Personal and Professional Coach, a instrutora nos falou (dentre tantos outros preciosos temas) sobre como é “fácil” ter meio milhão de reais na poupança, para desfrutar a melhor idade. Fácil? "Sim", disse ela.


Primeiro ela perguntou à turma se seria fácil reservar o valor de R$150,00 de seus rendimentos mensais. Todos concordaram que esse valor é fácil de ser reservado. Então, ela continuou: “Se um jovem iniciar uma poupança aos 20 anos de idade, com depósitos mensais de R$ 150,00 (considerando um rendimento de 8% ao ano), aos 60 anos ele terá aproximadamente R$ 500.000,00.”(!)

Grande parte da turma disse: Fácil??! Ahhhhh... e quem vai conseguir poupar durante 40 anos, sem mexer no dinheiro!??

Essa passagem ilustra bem o assunto do post de hoje...

Assim somos (a maioria de) nós. Desejamos grandes feitos em nossas vidas, mas não estamos dispostos a controlar nossos impulsos (pelo consumo, pela comida, pela bebida, pela curtição, pelo prazer...).

E estamos sempre com as justificativas (sim, nossas adoráveis desculpas) na ponta da língua para explicar porque não conseguimos “aquilo” tão desejado. Transferimos a responsabilidade até para Deus. 

Hoje na missa, o Frei Cláudio Van Balen (ele é dos meus!) disse o quanto culpamos Deus por coisas que são de nossa inteira responsabilidade. Hora! Disse ele: “Se a vida não está fácil, comece mudando o seu agir. E pare de ser injusto com Deus. As orações? Sim, elas te ajudam a se comprometer ainda mais com o amor e a verdade sobre a sua vida. E é isso que Deus quer.”

Nesse início de ano (re)li o livro “Inteligência Emocional” de Daniel Goleman (recomendo fortemente essa leitura!) e um capítulo me fez pensar muito... O capítulo em que o Goleman relata e analisa o Teste do Marshmallow. Para quem gosta de vídeos, clique nesse link e assista ao teste.

Através do teste, psicólogos da Universidade de Stanford descobriram que as crianças que controlam o impulso de comer um marshmallow são os que saem melhor na vida! 

No teste, as crianças eram colocadas em uma sala. E na sua frente havia um marshmallow. Era dito para elas que poderiam comer um único marshmallow já, porém, se aguardassem alguns minutos teriam autorização para comer dois. 

Então, 14 anos depois, os pesquisadores fizeram uma comparação entre os que haviam comido um único marshmallow imediatamente, versus os que haviam esperado. Os primeiros eram jovens muito mais propensos ao sucesso imediato, briguentos, e perdiam controle. Os outros tiveram, na média, pontos muito mais elevados nos vestibulares americanos.

Quando chegaram à fase adulta (27-32 anos), foram avaliados novamente. Comprovou-se que as crianças que não cederam à tentação tinham melhor autoestima, demonstravam maior competência para desenvolver relacionamentos, inteligência emocional, eram mais eficazes para­ atingir metas de longo prazo e lidavam melhor com situações frustrantes e estressantes. Também tinham índice de massa corporal menor e eram mais resilientes. Os outros eram menos confiáveis, mais solitários, e trocavam o resultado ao longo do processo, pelo prazer instantâneo.

Num dia desses, conversando com um amigo sobre esse teste, refletimos sobre como a maturidade nos ensina a importância de se controlar os impulsos. Foi daí que ele me disse: “Postergo para infinitos marshmallows!”

E você? Passaria no Teste do Marshmallow?

E já pensou que daqui em diante você pode passar? 

“Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas todos podemos começar agora e fazer um novo fim” (Chico Xavier).

Só depende de você.

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