A todo o momento recebemos sinais de diferentes fontes
(imagens, sons, textos, cheiros, toques, sabores, ações...). Captamos esses
sinais pelos órgãos sensoriais, e iniciamos um complexo processo de associação
do sinal com um ou vários significados.
De acordo com a semiótica – ciência que estuda os fenômenos
culturais a partir dos modos como o homem percebe o mundo que o rodeia - qualquer sistema de signos –
Artes visuais, Música, Fotografia, Cinema, Moda, Gestos, Religião, entre
outros, - gera fenômenos produtores de significados.
O entendimento desse processo é importante, e em especial na vida profissional, pois ele
influencia a efetividade e o direcionamento da comunicação entre as pessoas, e
é o ponto de partida para ações, reações, e realizações, em todas as áreas da
vida.
Nas empresas há um conjunto de elementos que criam um
ambiente “invisível” mas que emitem muitos sinais importantes, que determinam o
que é aceitável e desejável e o que não é, determinam a força da sua imagem (e
seu significado) para quem está dentro e fora delas. Esse ambiente “invisível”
é a cultura corporativa.
Na empresa PIXAR por exemplo – empresa de animação digital
que já produziu mais de 20 filmes, dentre eles “Toy Story” e “Procurando Nemo”
- , a cultura corporativa valoriza a imaginação e a expressão. Assim, competições
de aviões de papel e coleções de brinquedos entre os funcionários são encorajadas, porque reforçam a
cultura da companhia.
A Chilli Beans não vende óculos, vende histórias que
encontram identificação em sua cultura corporativa – as coleções são projetadas
com elementos descontraídos, despojados e modernos, assim como é o seu ambiente
físico, sua gestão e os seus vendedores.
Uma cultura corporativa bem construída resulta em empregados
altamente comprometidos que criam uma organização de alto desempenho, que se
torna difícil de abalar.
Qual é a mágica? É um conjunto de sinais que fazem sentido,
que apresentam coerência entre planejamento e ação, teoria e prática da
empresa, que são reforçados em diferentes níveis.
O nível mais superficial da cultura corporativa inclui
coisas como maneira de se vestir, padrões de comportamento, símbolos físicos, cerimônias
e layouts de escritório, por exemplo. Em um nível mais profundo estão os valores e crenças
expressos, que não são observáveis fisicamente, mas podem ser percebidos pela forma como
as pessoas explicam e justificam o que fazem.
A força da cultura é determinada pelo grau com que os
membros da organização partilham os valores, crenças, pressupostos,
interpretações, sentidos, práticas e comportamentos.
Uma cultura forte comunica força em todos os seus sinais
para o consumidor e o mercado em geral.
Exatamente porque nós somos seres “interpretadores de sinais”
a cultura corporativa torna-se tão importante para a competitividade de uma empresa.
Uma reflexão importante para os gestores passa por avaliar
de que forma a sua empresa está comunicando seus valores fundamentais, para
seus colaboradores e seu mercado, através das manifestações visíveis como
símbolos, histórias, slogans e cerimônias
dessa empresa.
Vamos fazer um exercício rápido sobre a força de cada uma
dessas manifestações no mundo dos negócios?
- Símbolo: O que a maçã mordida te comunica?
- História: Você se interessaria, ou no mínimo ficaria curioso, por óculos cuja coleção se intitula “Loucuras da Nobreza” e utiliza materiais nobres, tendo óculos banhados a ouro e de madrepérola?
- Slogan: Qual outro produto poderia ser lembrado por suas “1001 utilidades”?
- Cerimônia: E se a sua empresa contratasse o Frejat e banda para comemorar uma meta crítica de produção alcançada, com um show exclusivo para sua equipe? A Multinacional Novo Nordisk fez isso recentemente. Faz parte de sua cultura criar eventos especiais para celebrar e reforçar seus valores acerca da produtividade.
Quantos sinais/significados são criados e reforçados nessas situações?
Há muito o que se explorar quando se pensa em cultura
corporativa...
O que sua empresa está comunicando? Pense! Ajude a construir
a cultura corporativa da sua organização.
E não se engane, quando não se cuida desse assunto, não
significa que a cultura corporativa não exista, pelo contrário, a cultura subjacente poderá
comunicar coisas muito negativas sobre o seu negócio, se você não estiver
conduzindo-a.
Seus sinais e até ausência deles comunicam muito.
Uma boa semana, com muitas reflexões e significados, a todos!
Lindo texto Daniella, a imagem de uma empresa realmente fala muito, muitas vezes associamos a empresa a uma imagem como a coca-cola, a apple, então preservar e cuidar da mesma e passar para o cliente uma cultura positiva é peça fundamental para o sucesso da organizaçâo.! Boa noite.
ResponderExcluirOlá, Silmara! Obrigada pelo seu comentário. Esse tema foi estudado em nossas aulas de Administração Contemporânea, lembra-se? Desejo que todo o conhecimento que você adquiriu ao longo do curso possa ser articulado para o desenvolvimento das organizações por onde você passar. Um abraço!
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