Ladrões de Energia: o que o Dalai Lama e outras fontes podem nos ensinar

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Recentemente uma aluna me sugeriu escrever sobre essa força que cada um de nós carrega dentro de si, que ela chamou de “energia”, e pode ser facilmente detectada em nosso “estado de espírito”.  Alguns a tratam como “aura”, os mais modernos como “vibe”, e outros termos podem ser facilmente encontrados com o mesmo significado. A questão colocada pela minha aluna foi: essa energia que carregamos pode contaminar as outras pessoas?


Acho o tema delicadíssimo, e até me questionei se deveria realmente escrever sobre isso, nesse espaço. Mas, como eu disse no post "Sobre Cruzamento de Informações, Comemoração e Elefantes", eu acredito que existem razões maiores do que as que percebemos nos fatos,  mesmo corriqueiros, que nos acontecem. Por isso, conclui que deveria escrever.


Primeiro, vamos combinar um conceito: energia. De acordo com estudos recentes, o nosso cérebro é formado por aproximadamente 86 bilhões de neurônios que se comunicam com impulsos elétricos.

Habemus energia, sim!

Mas, não saberia dizer se essa energia é a mesma que motiva esse texto.

Tratarei aqui da energia que controla nosso cérebro: nossa mente. Essa energia é a que determina nossos estados de espírito, nossa motivação, nossa coragem, nossa capacidade de realização, enfim, determina os nosso limites ...

Tenho experimentado essas questões ao longo da minha vida, e tenho observado na vida das pessoas com quem convivo. Eu creio no poder da nossa energia.

Atualmente estou participando de um grupo de estudos sobre um método de controle da mente que se baseia nos princípios da Programação Neuro Linguística -  de que a mente, o corpo e a linguagem interagem para criar a percepção que cada indivíduo tem do mundo, e tal percepção pode ser alterada. Ou seja, dispomos de uma força criadora extraordinária, que é a energia do pensamento.

A energia do nosso pensamento pode potencializar nossas capacidades, nos levando a realizações incríveis, ou embotá-las, criando limites que não existem realmente.

Passei alguns dias e noites gestando essas idéias em meus dois hemisférios... E no meio do caminho, me deparei com um texto sobre os 10 ladrões da energia, do líder espiritual tibetano Dalai Lama,  onde ele aborda situações que interferem negativamente em nosso nível de energia. A primeira situação destacada pelo guru são as  pessoas “negativas”, que só nos abordam para compartilhar reclamações, problemas, histórias desastrosas, medo e julgamento dos outros.

Alguns cliques mais tarde, li que, há alguns anos, o Dalai Lama disse que admirava "a energia" do papa João Paulo II, com quem disse ter mantido sempre "relações muito próximas" e opiniões "muito parecidas" sobre o conceito de espiritualidade.

Eu tenho muito respeito pelo ensinamento que emana do Dalai Lama, pelo conjunto de sua obra. Pensando no que prega o Dalai Lama, e em outras filosofias e métodos correlatos estruturei minha resposta à questão inicial.

Sim, afetamos e somos afetados pela “energia” que emanamos e recebemos.

Imagine um encontro com alguém, em que você está cheio de motivação, expectativas boas, crenças positivas para compartilhar um projeto ou um feito seu. E imagine que esse alguém reage sem interesse, ou desqualificando o que você apresenta. Pode ser no plano profissional ou pessoal, pode ser uma reunião de trabalho, ou em uma relação amorosa. O que você sentirá?

Quando estamos em uma situação em que esperamos / precisamos da aprovação do outro e ele não corresponde, certamente somos afetados negativamente por essa baixa “energia”.

Da mesma forma, quando alguém, cuja opinião é importante para nós, demonstra interesse, nos incentiva, nos dá força para enfrentar uma situação, somos afetados positivamente por essa alta “energia”.

O que me parece é que a energia do outro nos afeta quando nós permitimos, por valorizar / depender da sua opinião.

O que fazer então?

Há várias técnicas que nos ajudam a manter o nosso equilíbrio e nos blindar das interferências externas e internas.

Para muitos a oração tem esse efeito, independente de sua religião. Há inclusive um novo tipo de competência que se busca desenvolver: a Inteligência Espiritual.

Para outros, técnicas de autoconhecimento, controle da mente, meditação, etc., cumprem esse papel.

Tomar consciência sobre essas questões e de que nós podemos  manejá-las - ou seja, elas não são imutáveis, elas são dependentes do que faremos sobre elas - é o primeiro passo.

Dentre as muitas ações que podemos implementar para nos blindar, destacarei uma para finalizar esse post - a última situação citada pelo Dalai Lama , sobre os ladrões de energia: Perdoe, deixe ir uma situação que está causando-lhe dor. 

Quando algo ou alguém estiver lhe machucando e minando sua energia, não alimente sentimentos negativos. Amplie sua compreensão sobre o que motiva essa situação, projete-se para fora da situação e tente analisá-la “de fora”. E você verá que os problemas criados pelos outros, são dos outros, não seus.

Será um bom começo para jogar bem o seu “jogo interior”.




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