Design: Daniela Mello usando recite.com |
Recentemente uma aluna me sugeriu escrever sobre essa força que cada um de nós carrega dentro de si, que ela chamou de “energia”, e pode ser facilmente detectada em nosso “estado de espírito”. Alguns a tratam como “aura”, os mais modernos como “vibe”, e outros termos podem ser facilmente encontrados com o mesmo significado. A questão colocada pela minha aluna foi: essa energia que carregamos pode contaminar as outras pessoas?
Acho o tema delicadíssimo, e até me questionei se deveria realmente escrever
sobre isso, nesse espaço. Mas, como eu disse no post "Sobre Cruzamento de Informações, Comemoração e Elefantes", eu acredito que existem razões maiores do que as que percebemos nos fatos, mesmo corriqueiros, que nos acontecem. Por
isso, conclui que deveria escrever.
Primeiro, vamos combinar um
conceito: energia. De acordo com estudos recentes, o nosso cérebro é formado
por aproximadamente 86 bilhões de neurônios que se comunicam com impulsos elétricos.
Habemus energia, sim!
Mas, não saberia dizer se essa
energia é a mesma que motiva esse texto.
Tratarei aqui da energia que
controla nosso cérebro: nossa mente. Essa energia é a que determina nossos
estados de espírito, nossa motivação, nossa coragem, nossa capacidade de
realização, enfim, determina os nosso limites ...
Tenho experimentado essas
questões ao longo da minha vida, e tenho observado na vida das pessoas com quem
convivo. Eu creio no poder da nossa energia.
Atualmente estou participando de
um grupo de estudos sobre um método de controle da mente que se baseia nos
princípios da Programação Neuro Linguística -
de que a mente,
o corpo e a linguagem interagem para criar a percepção que
cada indivíduo tem do mundo, e tal percepção pode ser alterada. Ou seja, dispomos
de uma força criadora extraordinária, que é a energia do pensamento.
A energia do nosso pensamento
pode potencializar nossas capacidades, nos levando a realizações incríveis, ou
embotá-las, criando limites que não existem realmente.
Passei alguns dias e noites gestando
essas idéias em meus dois hemisférios... E no meio do caminho, me deparei com
um texto sobre os 10 ladrões da energia, do líder espiritual tibetano Dalai
Lama, onde ele aborda situações que
interferem negativamente em nosso nível de energia. A primeira situação
destacada pelo guru são as pessoas “negativas”,
que só nos abordam para compartilhar reclamações, problemas, histórias
desastrosas, medo e julgamento dos outros.
Alguns cliques mais tarde, li que,
há alguns anos, o Dalai Lama disse que admirava "a energia" do papa
João Paulo II, com quem disse ter mantido sempre "relações muito
próximas" e opiniões "muito parecidas" sobre o
conceito de espiritualidade.
Eu tenho muito respeito pelo ensinamento que
emana do Dalai Lama, pelo conjunto de sua obra. Pensando no que prega o Dalai
Lama, e em outras filosofias e métodos correlatos estruturei minha resposta à
questão inicial.
Sim, afetamos e somos afetados
pela “energia” que emanamos e recebemos.
Imagine um encontro com alguém, em
que você está cheio de motivação, expectativas boas, crenças positivas para
compartilhar um projeto ou um feito seu. E imagine que esse alguém reage sem
interesse, ou desqualificando o que você apresenta. Pode ser no plano
profissional ou pessoal, pode ser uma reunião de trabalho, ou em uma relação amorosa.
O que você sentirá?
Quando estamos em uma situação em
que esperamos / precisamos da aprovação do outro e ele não corresponde, certamente
somos afetados negativamente por essa baixa “energia”.
Da mesma forma, quando alguém,
cuja opinião é importante para nós, demonstra interesse, nos incentiva, nos dá
força para enfrentar uma situação, somos afetados positivamente por essa alta “energia”.
O que me parece é que a energia do
outro nos afeta quando nós permitimos, por valorizar / depender da sua opinião.
O que fazer então?
Há várias técnicas que nos ajudam
a manter o nosso equilíbrio e nos blindar das interferências externas e
internas.
Para muitos a oração tem esse
efeito, independente de sua religião. Há inclusive um novo tipo de competência
que se busca desenvolver: a Inteligência Espiritual.
Para outros, técnicas de autoconhecimento,
controle da mente, meditação, etc., cumprem esse papel.
Tomar consciência sobre essas
questões e de que nós podemos manejá-las - ou
seja, elas não são imutáveis, elas são dependentes do que faremos sobre elas - é o primeiro passo.
Dentre as muitas ações que podemos
implementar para nos blindar, destacarei uma para finalizar esse post - a
última situação citada pelo Dalai Lama , sobre os ladrões de energia: Perdoe,
deixe ir uma situação que está causando-lhe dor.
Quando algo ou alguém estiver lhe machucando
e minando sua energia, não alimente sentimentos negativos. Amplie sua compreensão
sobre o que motiva essa situação, projete-se para fora da situação e tente
analisá-la “de fora”. E você verá que os problemas criados pelos outros, são
dos outros, não seus.
Será um bom começo para jogar bem o seu “jogo
interior”.
Comentários
Postar um comentário
Comentários