Ao Encontro de suas Escolhas – Reflexões sobre Perguntas e Respostas

institutorobemalves.org.br

Outro dia eu estava relendo um livro de um autor de quem gosto muito, e não é incomum este mesmo gosto para outras pessoas, o Rubem Alves. E fui percebendo que há muitas coisas de suas histórias que se misturam às novas que foram escritas n’outros tempos. Fui notando que não são tão novas assim, e o mais intrigante é que, ao invés disso me incomodar, ao contrário, comecei a perceber que muitas vezes as histórias da vida da gente também se repetem de maneiras diferentes em alguns casos, outras vezes muito semelhantes, e... nem sempre isso é ruim. Pode ser que repaginar o que já existe ou existiu represente o desafio mais interessante de uma determinada fase da vida. 
 
Então, muitas reflexões começaram a brotar, e resolvi admitir que elas viessem à tona, sem controle absoluto, sem domínio total, com liberdade, leveza, eu escolhi permitir.


Há muitas perguntas em nossas mentes sem respostas, e outras, para as quais não temos muito tempo de dedicá-las esse tal tempo, que por isso vão passando, ou pior, se acumulando. Para muitas perguntas, e por vezes para muitas respostas também, não dar a atenção devida pode nos fazer perder a beleza dos detalhes. Neles é que moram as verdadeiras razões...

À nossa falta de tempo, reagimos normalmente com as respostas mais comuns: “estou apertado esta semana... tenho muito trabalho hoje... não tenho tempo para nada... talvez no próximo final de semana... neste feriado eu vou!”...e por aí se esvai nossa capacidade de escolher. O mundo, o tempo, eles escolhem. Onde está nossa atitude?

Toda semana tem segunda-feira. Todo ano tem ano que vem. Mas a vida, esta é uma só. O tempo não para, e pior, ele não volta. A vida moderna exige de nós o que talvez não devamos suportar. Mas, antes mesmo de descobrirmos que nossa essência humana e nosso poder de escolha podem estar se perdendo no frenesi do dia a dia, é muito provável que já estejamos dando as respostas para justificar. Justificam?

Estamos sempre no automático, e um grande risco desse piloto e achar que a vida é feita de respostas – muitas delas absolutamente previsíveis: “Ah! Hoje em dia é assim mesmo.” Tolo engano! A vida é feita de perguntas. As respostas devem ser a consequência, não a trilha. E nesse contexto, aquele autor que citei no começo, o Rubem, costumava dizer que o grande papel das escolas seria ensinar perguntas inteligentes e não respostas certas. Faz todo o sentido para a vida. Por muitas vezes ele disse a mesma coisa em outras palavras e chegou de forma distinta a tantos corações... e isso foi e é bom, sabe por quê?

Porque somos diferentes. Porque temos histórias diferentes. Porque temos sentimentos diferentes, olhares diferentes, prazeres diferentes e em cada fase de nossa vida, somos capazes de ler a mesma coisa e, interpretar de modo completamente di-fe-ren-te. Isso nos faz gente! Não loucos. Faz-nos vivos e não mortos.

Por essa razão, fazer as escolhas na vida não significa acertar sempre. Mas deve significar exatamente escolher. Os ventos que sopram em cada um de nós devem ser capazes de nos fazer renascer, ou adormecer, ou devem conseguir limpar as teias de aranhas que por vezes resistem em ficar em nossos terrenos pouco visitados.

É preciso ter coragem para entrar no quarto escuro. Talvez ele seja o seu quarto do mistério, mas você precisa entrar lá. Talvez bater à porta e entrar devagarinho seja a sua opção. Quem  sabe você prefira abrir a porta de uma vez e mergulhar de cabeça. Apenas você poderá decidir. Afinal, a escolha é sua.

Mas uma coisa é certa: permita-se arriscar. É uma jornada que pode levar um bom tempo, mas certamente ela tem grandes chances de mudar a sua vida. Pode ser uma busca pela felicidade. E a felicidade na verdade está justamente na estrada, na busca. Eis um belo segredo.

Repense sua rotina. Pode ser um exercício de mudança de vida, de felicidade renovada. Não quer dizer que será fácil. Mas, novamente, é uma escolha que pode dar certo.

Ilumine seu caminho. Abra a porta. Escolha seguir. Sempre.

  -----------------------------------------------------------------

O Para o Rio virar Mar está crescendo! Com imenso prazer, apresentamos a vocês a autora desse precioso texto, nossa convidada - mais que especial - que contribui com "propriedade intelectual, emocional e sentimental" para que o meu, o seu, o nosso Rio vire Mar:


Thalita Pimentel
Thalita Pimentel

Mestre em Administração, Especialista em Docência do Ensino Superior, Pedagoga, Professora Universitária, atua como Diretora Acadêmica das Faculdades Integradas do Norte de Minas - FUNORTE, Palestrante; Instrutora e promotora de treinamentos pedagógicos e desenvolvimento de processos e pessoas em organizações de ensino; Procuradora Institucional de IES; Tem experiência em credenciamento de IES e autorização e reconhecimento de cursos superiores; Interessa-se por temas que discutam essência humana e ofereçam contribuições com o desenvolvimento das pessoas e com o mundo.

Comentários