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Outro
dia eu estava relendo um livro de um autor de quem gosto muito, e não é incomum
este mesmo gosto para outras pessoas, o Rubem Alves. E fui percebendo que há
muitas coisas de suas histórias que se misturam às novas que foram escritas
n’outros tempos. Fui notando que não são tão novas assim, e o mais intrigante é
que, ao invés disso me incomodar, ao contrário, comecei a perceber que muitas
vezes as histórias da vida da gente também se repetem de maneiras diferentes em
alguns casos, outras vezes muito semelhantes, e... nem sempre isso é ruim. Pode
ser que repaginar o que já existe ou existiu represente o desafio mais
interessante de uma determinada fase da vida.
Então, muitas reflexões começaram a brotar, e
resolvi admitir que elas viessem à tona, sem controle absoluto, sem domínio
total, com liberdade, leveza, eu escolhi permitir.
Há
muitas perguntas em nossas mentes sem respostas, e outras, para as quais não
temos muito tempo de dedicá-las esse tal tempo, que por isso vão passando, ou
pior, se acumulando. Para muitas perguntas, e por vezes para muitas respostas
também, não dar a atenção devida pode nos fazer perder a beleza dos detalhes.
Neles é que moram as verdadeiras razões...
À
nossa falta de tempo, reagimos normalmente com as respostas mais comuns: “estou
apertado esta semana... tenho muito trabalho hoje... não tenho tempo para
nada... talvez no próximo final de semana... neste feriado eu vou!”...e por aí
se esvai nossa capacidade de escolher. O mundo, o tempo, eles escolhem. Onde
está nossa atitude?
Toda
semana tem segunda-feira. Todo ano tem ano que vem. Mas a vida, esta é uma só.
O tempo não para, e pior, ele não volta. A vida moderna exige de nós o que
talvez não devamos suportar. Mas, antes mesmo de descobrirmos que nossa
essência humana e nosso poder de escolha podem estar se perdendo no frenesi do
dia a dia, é muito provável que já estejamos dando as respostas para
justificar. Justificam?
Estamos
sempre no automático, e um grande risco desse piloto e achar que a vida é feita
de respostas – muitas delas absolutamente previsíveis: “Ah! Hoje em dia é assim
mesmo.” Tolo engano! A vida é feita de perguntas. As respostas devem ser a
consequência, não a trilha. E nesse contexto, aquele autor que citei no começo,
o Rubem, costumava dizer que o grande papel das escolas seria ensinar perguntas
inteligentes e não respostas certas. Faz todo o sentido para a vida. Por muitas
vezes ele disse a mesma coisa em outras palavras e chegou de forma distinta a
tantos corações... e isso foi e é bom, sabe por quê?
Porque
somos diferentes. Porque temos histórias diferentes. Porque temos sentimentos
diferentes, olhares diferentes, prazeres diferentes e em cada fase de nossa
vida, somos capazes de ler a mesma coisa e, interpretar de modo completamente
di-fe-ren-te. Isso nos faz gente! Não loucos. Faz-nos vivos e não mortos.
Por
essa razão, fazer as escolhas na vida não significa acertar sempre. Mas deve
significar exatamente escolher. Os ventos que sopram em cada um de nós devem
ser capazes de nos fazer renascer, ou adormecer, ou devem conseguir limpar as
teias de aranhas que por vezes resistem em ficar em nossos terrenos pouco
visitados.
É
preciso ter coragem para entrar no quarto escuro. Talvez ele seja o seu quarto
do mistério, mas você precisa entrar lá. Talvez bater à porta e entrar
devagarinho seja a sua opção. Quem sabe
você prefira abrir a porta de uma vez e mergulhar de cabeça. Apenas você poderá
decidir. Afinal, a escolha é sua.
Mas
uma coisa é certa: permita-se arriscar. É uma jornada que pode levar um bom
tempo, mas certamente ela tem grandes chances de mudar a sua vida. Pode ser uma
busca pela felicidade. E a felicidade na verdade está justamente na estrada, na
busca. Eis um belo segredo.
Repense
sua rotina. Pode ser um exercício de mudança de vida, de felicidade renovada.
Não quer dizer que será fácil. Mas, novamente, é uma escolha que pode dar
certo.
Ilumine
seu caminho. Abra a porta. Escolha seguir. Sempre.
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O Para o Rio virar Mar está crescendo! Com imenso prazer, apresentamos a vocês a autora desse precioso texto, nossa convidada - mais que especial - que contribui com "propriedade intelectual, emocional e sentimental" para que o meu, o seu, o nosso Rio vire Mar:
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Thalita Pimentel |
Thalita Pimentel
Mestre em Administração, Especialista em Docência do Ensino
Superior, Pedagoga, Professora Universitária, atua como Diretora Acadêmica das
Faculdades Integradas do Norte de Minas - FUNORTE, Palestrante; Instrutora e
promotora de treinamentos pedagógicos e desenvolvimento de processos e pessoas
em organizações de ensino; Procuradora Institucional de IES; Tem experiência em
credenciamento de IES e autorização e reconhecimento de cursos superiores;
Interessa-se por temas que discutam essência humana e ofereçam contribuições
com o desenvolvimento das pessoas e com o mundo.
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