Trabalho em Equipe: Ouse Discordar

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Recentemente fizemos um levantamento junto aos nossos leitores, sobre temas que gostariam de ler aqui no blog, e um dos temas apontados foi “Trabalho em Equipe”.


Fiquei bem motivada a escrever sobre esse tema porque acredito na sua “indispensabilidade” para todas as instâncias da vida pessoal e profissional. E também porque vivo na prática a sua efetividade.


O trabalho em equipe promove maior produtividade, qualidade, inovação e satisfação nos ambientes em que ocorrem, em comparação com o mesmo trabalho realizado individualmente.


O tema é antigo, mas os seus desafios são permanentes, porque, né? onde existem pessoas reunidas, há riqueza de ideias, há efeito sinergia, mas, há também diferenças, conflitos, problemas de comunicação, etc, etc.


Além disso, é importante tratar do tema também porque vivemos a era da “Convergência Digital” que está, cada vez mais, consolidando o trabalho colaborativo, em função das novas comunidades a que passamos a pertencer – locais, globais, e virtuais.


E, com as facilidades da tecnologia, as empresas estão criando novas formas de trabalho - remoto, móvel e com equipes distribuídas por diferentes locais. Podemos estar em qualquer lugar sem perder o contato com o coletivo da “aldeia” virtual.


Então, não há como fugir... E para ter bons resultados no trabalho em equipe, seja ele presencial ou virtual, quais seriam as “pedras grandes”? Há muitos mitos e verdades nessa seara, então analisemos alguns desses pontos, agrupados em quatro áreas e vejamos como aplicamos cada um desses pontos aqui no nosso paraoriovirarmar:


1 – Formação: “Para trabalhar bem com outras pessoas, você precisa ter afinidade com elas” - esse é um mito, gerado por nossa força neurobiológica - temos preferência principalmente por pessoas iguais a nós mesmos. Para se formar uma equipe que produza um trabalho rico temos que buscar pessoas com conhecimentos diferentes, disciplinas diferentes, diferentes formas de pensar e experiências diferentes, e encontrar maneiras de unir-se a elas.


Como fazemos aqui no blog: Quando decidimos nos unir para a realização desse projeto, vislumbramos que, apesar de termos a mesma formação inicial (somos administradores), as nossas diferentes experiências profissionais, especializações e atuações seriam enriquecedoras. E, para expandir o potencial de diversidade, iniciamos a etapa de inclusão de colaboradores na produção de conteúdo, convidando pessoas das mais diferentes áreas de atuação. Em breve teremos textos de colaboradores, aguardem!


2 - Coesão: “Uma equipe coesa tem potencial para ser mais produtiva e aumentar o moral e a satisfação dos membros” – Essa é uma verdade provada cientificamente através de várias pesquisas. Numa equipe coesa, uma das características é o alto grau de comunicação entre os membros, e nesse aspecto, colaboram as tecnologias, as redes sociais, e outros gadgets. A comunicação intensiva leva a um clima amistoso de maior proximidade emocional. Com isso, os membros tendem a se ajudar mais e compreender melhor o contexto de cada um.


Como fazemos aqui no blog: Temos uma programação de encontros presenciais, que foi bem mais intensa na fase de planejamento, lançamento e acompanhamento inicial do blog. Atualmente, esses encontros estão mais espaçados, mas a nossa comunicação é quase diária. Fazemos contato principalmente pelo Whatsapp, e também pelo e-mail, Facebook e Instagram. Trocamos ideias, dicas, sugestões, feedbacks dos conteúdos postados, em tempo real, falamos de coisas sérias, comemoramos tudo e brincamos muuuito. Há conversas que são impublicáveis! E esse é o nosso segredo de coesão – nos mantemos conectados tecnológica e emocionalmente.


3 – Normas: “Normas não precisam ser escritas, mas precisam ser praticadas“ – essa é mais uma verdade. As normas são um padrão de conduta compartilhado pelos membros que orientam o comportamento. Identificam valores chave, esclarecem as expectativas do papel dos membros e facilitam a sobrevivência da equipe. Elas devem ser explicitadas logo nas primeiras interações entre os membros da equipe, mas como o próprio processo interativo, devem ser dinâmicas e continuar a serem desenvolvidas continuamente.


Como fazemos aqui no blog: Estabelecemos normas desde a nossa primeira reunião - como escrever, sobre o que escrever, como postar, quando postar, frequência de postagens, como divulgar, como convidar colaboradores, foco e duração das reuniões, como e quando estabelecer parcerias, etc. -  e continuamos a atualizá-las, à medida que vamos testando e experimentando novas situações. As normas nos fornecem um quadro de referência do que é desejado e aceitável, mas elas não nos aprisionam. Por causa da nossa coesão, temos leveza para encarar de, quando em vez, uma quebra de normas.


4 – Conflito: “Conflito é um fantástico modelo de colaboração” essa frase dita pela escritora Margaret Heffernan reflete uma corrente que luta para quebrar paradigmas. Em pesquisas com executivos europeus e americanos, 85%(!!!) deles admitiram que tinham questões ou preocupações no trabalho que tinham medo de levantar. Medo do conflito que aquilo poderia provocar, medo de enveredar por discussões com as quais não sabiam como administrar. De fato, mais uma vez, nossa força neurobiológica nos leva a evitar os conflitos. É preciso lutar contra essa força, pois como disse Salvador Dali, “É preciso provocar sistematicamente a confusão, isso liberta criatividade. Tudo aquilo que é contraditório gera vida.". A criatividade nasce da experiência que temos com o outro. Por essa razão, o trabalho em equipe favorece a ousadia e a inventividade, mas para isso é preciso aceitar o conflito como algo positivo. Isso exige muita paciência e muita energia.


Como fazemos aqui no blog: Temos áreas e estilos de atuação bastante distintos. Isso faz com que em diversos momentos, nossas ideias, principalmente sobre os conteúdos dos posts, formas de divulgação, entre outras, não sejam convergentes. Desde o princípio, entendemos que essa seria uma das nossas riquezas, por isso, utilizamos o nosso “autocontrole” para dominar o nosso instinto de impor as nossas ideias e mantemos a abertura para acolher o que o outro propõe. Certamente, é mais fácil para nós por já nos conhecermos há tantos anos, por estarmos em situação de igualdade – não estamos competindo entre nós, e não há subordinação hierárquica –, e por compartilharmos dessa filosofia de que na diversidade há crescimento. No primeiro post do blog, “Quando Entrou Setembro...” há uma passagem que exemplifica bem a nossa forma de encarar os conflitos.


O trabalho em equipe é um assunto inesgotável. Há muitos outros aspectos, também importantes, que devem ser compreendidos e aprofundados.


Mas, nesse post, eu gostaria de lançar luz ao poder e à importância de se discordar. Essa é a maior riqueza do trabalho em equipe - considerando o modo como o trabalho é organizado nos dias atuais. Pensar diferente (veja o post “Pense Diferente!”), ter coragem de provocar conflitos (construtivos é claro!), e ter a mente aberta para acolher as ideias diferentes.


E você? O que pensa sobre esse assunto? Quais as suas experiências? Compartilhe conosco.

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