Das
incontáveis mensagens de fim de ano a que tive acesso por esses dias - e dentre
as que tive tempo/interesse de ler - uma me fez pensar um pouco mais.
E
ela veio desse homem que está revolucionando o jeito de fazer gestão e
liderança em uma organização milenar... Jorge Mario Bergoglio – o Papa
Francisco.
No
dia 22 de dezembro, diante da “mais alta e perplexa hierarquia da Igreja” - a
Cúria romana -, o Papa denunciou com intensidade o que ele chamou de “as 15
doenças” da Cúria.
Refletindo
sobre o que ele disse, classificado por alguns jornalistas como um “esporro nos
Cardeais da Cúria”, pensei que a carapuça serve em todos nós, não importa nosso
credo, nem o tipo de organização em que trabalhamos.
Vejamos
então as referidas “doenças” (texto adaptado de http://www.a12.com)
e pensemos nas lições que podemos tirar:
1.
Sentir-se imortal ou indispensável: “Uma Cúria que não faz autocrítica,
que não se atualiza, é um corpo enfermo” e criticou o “complexo dos eleitos, do
narcisismo, que deriva da patologia do poder”. Para os que pensam assim, o pontífice convidou
a visitar os cemitérios para ver os nomes de várias pessoas "que se
achavam imortais, imunes e indispensáveis".
2.
Martalismo: O Papa lembrou a passagem bíblica onde Marta, ao receber
Jesus, mostra-se mais preocupada com os afazeres da casa do que ouvir a mensagem
de Jesus. "É a doença do excesso de trabalho" e "dos que
trabalham sem usufruírem do melhor. A falta de repouso leva ao estresse e à
agitação", pontuou Francisco.
3.
Dura mentalidade: Quando alguém "perde a serenidade interior, a
vivacidade e a audácia e nos escondemos atrás de papéis, deixando de ser
'homens de Deus'".
4.
Excessiva planificação: Francisco alertou aos que têm a "tentação de
querer pilotar o Espírito Santo". É "quando o Apóstolo planifica tudo
minuciosamente e pensa que assim as coisas progridem. Torna-se um
contabilista”, assinalou.
5.
Má coordenação: O Pontífice criticou a perda da comunhão promovida pela má
coordenação que faz com que o "corpo" perca "a sua harmoniosa
funcionalidade”.
6.
Alzheimer espiritual: Francisco referiu-se, ainda, a esta
"doença" que conduz a “uma diminuição progressiva das faculdades
espirituais que, num largo ou curto espaço de tempo, provoca muitas
desvantagens à pessoa tornando-a incapaz de desenvolver uma atividade
autonomamente, vivendo num estado de absoluta dependência dos seus pontos de
vista, muitas vezes imaginários”.
7.
Rivalidade e vanglória: diz respeito ao excessivo valor pela
"aparência", onde o primeiro objetivo são as
"honorificiências", que "leva-nos a ser falsos e a viver um
falso misticismo", enfatizou.
8.
Esquizofrenia existencial: Os que sofrem com essa "doença" vivem
"uma vida dupla, fruto da hipocrisia típica do medíocre" e vivenciam
um "progressivo vazio espiritual" ao buscar em "títulos" o
sentido de suas vidas. Essa esquizofrenia, segundo o Papa, "atinge muitas
vezes aqueles que, abandonando o serviço pastoral, se limitam às coisas
burocráticas, perdendo assim o contato com a realidade, com as pessoas
concretas".
9.
Terrorrismo das fofocas: "Nunca é demais falar desta doença",
indicou o Santo Padre ao destacar o mal das fofocas. "É a doença dos
covardes que, não tendo a coragem de falar diretamente, falam pelas costas.
Defendamo-nos do terrorismo das fofocas", assinalou.
10. Divinizar os chefes: O Santo Padre indicou essa "doença" como mal daqueles que sofrem de "carreirismo e oportunismo". "Vivem o serviço pensando unicamente naquilo que devem obter e não ao que devem dar", frisou.
11.
A indiferença: Francisco sinalizou o mal que a indiferença pode causar à
vida comunitária pela perda da “sinceridade e calor das relações humanas”, e de
"quando por ciúme sente-se alegria em ver a queda dos outros em vez de o
ajudar a levantar”, destacou.
12.
Cara de enterro: Segundo o Papa, essa "doença" se manifesta na
"severidade teatral" e no "pessimismo estéril", e
apresenta-se muitas vezes em sintomas de medo e insegurança. “O apóstolo deve
esforçar-se por ser uma pessoa cortês, serena, entusiasta e alegre e que
transmite alegria...”. “Como faz bem uma boa dose de são humorismo”, indicou
Francisco.
13.
Acumular bens materiais: Francisco criticou aqueles que buscam acumular
riquezas na tentativa de "preencher um vazio existencial no seu
coração", e motivados "não por necessidade, mas só para sentir-se seguro".
14.
Círculos fechados: O Papa alertou também a respeito daqueles que procuram
"viver em grupinhos", e mesmo o fazendo com boas intenções correm o
risco de "cair em escândalos".
15.
O lucro mundano e o exibicionismo: O desejo pelo poder para benefício
próprio foi a penúltima "doença" ilustrada pelo Pontífice: “Quando o
apóstolo transforma o seu serviço em poder e o seu poder em mercadoria para
obter lucros mundanos ou mais poder", sublinhou.
Grandes
lições para o nosso crescimento pessoal e profissional podem ser extraídas
dessa mensagem do Papa Francisco. Certamente, cada um de nós saberá refletir sobre seus
significados em nosso cotidiano.
Nesse
último dia do ano, quando surgem tantas sugestões de listas do que fazer, ou
não fazer, em 2015, sugiro que, seguindo as recomendações do post "A Armadilha das Listas de Ano Novo", você inclua na sua lista as lições que extraiu desse texto.
Feliz
e Novo 2015!
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