É preciso ter coragem!

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Você olha pra trás? É preciso.
 
Estamos quase terminando o nosso “ciclo de renovação das forças, dos planos, dos sonhos” – o ano. Como bem escreveu Drummond, “Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial...” porque se configurou um ciclo que se renova e que nos permite promover a tão desejada melhoria contínua.

Ao fim do ano assumimos que esse ciclo terminou, e outro se iniciará, então, é hora de exercitar a nossa coragem. Coragem de se autoavaliar, com diligência e honestidade. Com técnica e profissionalismo.

Sim, profissionalismo, no sentido de levar a sério o seu “VOCÊ S.A.” (peço licença à Editora Abril para usar o termo cunhado por ela, aqui nesse contexto). Afinal, para ser uma boa pessoa, um bom cidadão, um bom filho, um bom pai, um bom marido, um bom amigo, um bom profissional, etc., você precisa se dedicar, e cuidar de todos detalhes e aspectos que o levam a ser bom, assim como se faz com um negócio.


Essa reflexão é necessária para que você possa reconhecer os seus acertos, e perceber como você os conseguiu, e também identificar onde estão as oportunidades de fazer diferente.

Ao avaliar as experiências vividas, fazemos um exercício de “olhar de fora” do acontecido. Como não estamos mais envolvidos pelo calor do momento, podemos captar novos significados, perceber o que estava submerso no mar de eventos do nosso cotidiano. Identificamos aquilo que nos trouxe crescimento e nos preparamos para aproveitar melhor o que virá pela frente.

É um processo de análise, não de lamentação. Não podemos mudar o que passou, mas podemos mudar o que faremos daqui pra frente. O que se ganha com esse processo é o aprendizado que turbinará o seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Você pode fazer essa reflexão e ficar no plano das ideias, ou pode ir além, e fazer com que esse momento lhe ajude um pouco mais. Para que os pensamentos não fiquem soltos, e para tornar a análise mais concreta, registre esse processo de autoavaliação. O registro cumpre muitas funções: intensifica nosso compromisso com a melhoria, serve de base para um planejamento de mudanças e nos ajuda a mensurar nossos avanços, comparando os resultados no futuro.

Você pode criar listas, classificando-as por áreas de sua vida como profissional, pessoal ou familiar. Em cada uma delas, identifique realizações, objetivos concretizados e não atingidos, hábitos/atitudes úteis ou prejudiciais, relacionamentos construtivos ou não. São apenas sugestões, o que você irá abordar depende do que você considera “pedra grande” em sua vida.

Eu gosto de começar essa reflexão relacionando as conquistas e os fatos positivos. Começar assim, me motiva, me fortalece, “programa” o cérebro para lidar melhor com aquilo que não foi tão bom.

Tudo é importante. Concluiu um curso? Desenvolveu uma habilidade que não tinha? Ajudou alguém? Iniciou um projeto novo? Conseguiu dominar algum hábito que o incomodava? Melhorou seu relacionamento com os que estão mais próximos de você? Qualquer coisa. Tudo.

O mesmo empenho deve ser aplicado ao que não deu tão certo.

E para explorar as causas e consequências de cada um dos fatos registrados em suas listas, faça perguntas a você mesmo, como:

“Para que esse fato tenha acontecido dessa forma, como foi a minha contribuição? “

“Como empreguei meu tempo?"

“Como foi o meu comprometimento?”

“Que comportamentos e atitudes contribuíram para esses resultados?”

“No próximo ciclo / ano que resultados desejo para cada uma dessas áreas?”

“O que preciso fazer (reproduzir ou modificar) para obter os resultados que desejo?”


Resultante desse processo, muitas mensagens ocultas são reveladas. Essa reflexão é muito saudável, nos ajuda a tomar consciência de como estamos vivendo. Nos ajuda a alinhar pensamento, prática e retórica.

E então, estamos preparados para olhar para frente e planejar um novo ciclo. 


Nesse ano que se finda eu aprendi muitas coisas..., não pretendo relatar todas aqui, mas algumas eu gostaria de compartilhar com vocês.


Após 19 anos trabalhando em um mesmo local, mudei de emprego, deixei um cargo de Direção para retornar à minha primeira missão, a Docência. 

Tive muito medo dos novos desafios do recomeçar, e aprendi que posso e devo confiar mais em minhas capacidades e potencialidades. Aprendi, de fato, que fazer o que nos realiza, como seres pensantes e criativos que somos, não tem preço. Ganhei, com essas mudanças, mais tempo e sensibilidade para enxergar o outro e ajudar. 

Aprendi que mudar turbina nossa capacidade criativa. E, por causa das mudanças, pude realizar algo que considero extraordinário e que, nessa mesma época no ano passado, era apenas um sonho: o www.paraoriovirarmar.com.br! 

E agora, com o blog, entre muitas outras coisas, estou aprendendo que preciso melhorar minha gestão do tempo, minha capacidade de manter o foco..., mas que eu posso muito mais do que pensava.

E você? Use suas experiências a favor de seu crescimento.

Tome coragem também. Compartilhe seu aprendizado conosco, e deixe aqui nos comentários o que você extraiu desse exercício.

Desejo a você coragem e boas reflexões.

Comentários

  1. Boa noite,

    Gostaria de adicionar, ter coragem, sobretudo para olhar 360 graus. Qual a visão de quem está acima, quem está abaixo ou quem está ao nosso lado ? 360 graus significa estar aberto para receber feedbacks de todas as direções e saber valorizá-los e processá-los. O feedback pode sim ajudar a nos revelar o "eu cego" ou o "eu desconhecido" da Janela de Johari, que é uma excelente ferramenta de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal e profissional. Tenha coragem, olhe para os lados, peça ajuda!

    Think about it!

    Edilson Junior - Gestor de Pessoas

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    Respostas
    1. Olá, Edison! Muito pertinente a sua colocação. Saber receber feedback de quem está a nossa volta é um desafio. Você tem aplicado a Janela de Johari em sua atuação profissional? Trabalhei com essa ferramenta há muitos anos e obtive excelentes resultados. Se você quiser compartilhar aqui no blog as suas experiências a respeito, será enriquecedor. Um grande abraço.

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  2. Olá Dani, sempre aplico a janela de Johari e o conceito para trabalhar as relações no meu ambiente pessoal e profissional, assim como outras ferramentas de desenvolvimento de pessoas comigo e com a minha equipe (hoje ~150 pessoas). Desde o meu segundo MBA em gestão de pessoas a área de desenvolvimento de pessoas e comportamento humano passou a me fascinar. Tive bons resultados no desenvolvimento de pessoas, trabalho em equipe, orientação para resultados, solução de problemas (uma forma de pensar), etc
    Gostaria sim de poder contribuir e compartilhar experiências aqui no blog.
    Abraços

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