A Armadilha das Listas de Ano Novo

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Quase todas as criaturas pensantes da face da terra fazem listas com resoluções de ano novo. Aliás, o hábito de fazer listas tem origem milenar (os 10 mandamentos, as 7 maravilhas do mundo antigo, etc.).

Fazemos listas para quase tudo, porque elas nos dão a sensação de que somos organizados, de uma maneira fácil e prática...

Fácil e prática.... Aí está a armadilha.

Por que será que a grande maioria das nossas listas de resoluções de ano novo não vira realidade?



Há uma passagem escrita por Goethe, que diz:
“Enquanto não há compromisso, há hesitação, há chance de recuar, uma incompetência qualquer. Todos os atos de iniciativa e criação têm uma verdade elementar, e ignorá-la mata incontáveis ideias, e incontáveis planos. Essa verdade é: no momento que a pessoa realmente assume um compromisso, a providência também se põe em movimento. Todos os tipos de coisas acontecem para ajudar a pessoa, coisas que nunca teriam acontecido de outra forma. Toda uma corrente de eventos resulta da decisão, gerando em seu favor todos os tipos de encontros e incidentes imprevistos, e ajuda material, que ninguém sonharia que pudesse estar em seu caminho. Seja o que for que você faça ou sonha em fazer, comece. A ousadia tem força, poder, magia. Comece agora.”

O que Goethe escreveu, há tantos anos, hoje conhecemos como a “Lei da Atração”.

E para aqueles que torcem o nariz para a “Lei da Atração”, por considerá-la algo místico, destaco uma característica do nosso cérebro conhecida como “mecanismo de sobrevivência”. Para não nos exaurir e enlouquecer, o nosso cérebro filtra as informações, que nos bombardeiam a todo o momento, e nos desconecta daquilo que não é importante, em um dado momento. Por isso, quando não decidimos o que queremos para a nossa vida, passamos a não perceber as oportunidades que surgem à nossa volta. Mas, quando tomamos decisões, o “servomecanismo” do nosso cérebro, conforme definido por Maxwell Maltz, passa a “abrir caminho em direção ao alvo através do uso de informações dadas por feedback e outras armazenadas, corrigindo o curso de modo automático, quando necessário”.

Pois bem, listas (fáceis) sem compromisso não nos levam muito longe. Pense em todas as coisas que você fez em sua vida e que foram bem sucedidas. Elas certamente resultaram primeiramente da decisão e do compromisso. Se existe um passo a passo para isso, podemos dizer que primeiro você decidiu o que queria e depois se comprometeu com aquela decisão.

Tudo começa com a decisão. A decisão nos dá clareza da direção que devemos tomar. Lewis Carrol já nos ensinou isso, através do personagem do Gato em seu livro “Alice no País das Maravilhas”. A Alice queria saber “como” chegar a um lugar que ela ainda não havia decidido qual era. E o gato sabiamente lhe responde que, se ela não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve.

Algumas pessoas têm dificuldades para decidir o que querem talvez por ficarem preocupadas com o “como” realizar aquilo. Mas, para decidir o que você quer, você não precisa saber o “como” de antemão. Da mesma forma, de nada adianta saber o como, se você não sabe o que quer fazer.

Na área de segurança do trabalho existe uma técnica chamada FALAAD, que diz que sempre que formos iniciar uma atividade devemos fazer uma verificação de todos os fatores que podem influenciar na mesma, e a partir da análise desses fatores, planejarmos nossa ação para garantir maior sucesso no desenvolvimento da atividade.

Então, a técnica recomenda que identifiquemos tudo aquilo que pode contribuir ou ser empecilho para a nossa atividade, olhando para Frente, Atrás, para os Lados, Acima, Abaixo e Dentro (!). Sim, dentro de nós mesmos.

Em meu último post, É preciso ter Coragem! , propus uma reflexão sobre o que você fez nesse ano que está terminando, um “olhar para trás e para dentro”, uma autoanálise, como base para iniciar bem o próximo ano.

Pois bem, minha provocação de hoje é, dando continuidade ao último post, já que olhamos para trás e para dentro, vamos praticar o F do FALAAD para iniciarmos o próximo ano? Mas vamos fazê-lo com compromisso?

Não basta criar a lista... seja específico. Informe a seu cérebro o que você quer, criando imagens dessas decisões.

Quanto mais detalhes você adicionar nessas imagens - visuais, auditivos, cinestésicos -, mais o seu cérebro estará preparado para filtrar as oportunidades que lhe ajudarão a realizar suas metas. Outra dica importante é: concentre-se no que você quer, e não no que não quer.

Ouse! Quando você une visão e comprometimento, situações inimagináveis acontecem para lhe ajudarem a transformar suas metas em realidade.

Desejo que você tenha grandes desejos para 2015, tome decisões a respeito, se comprometa e realize!

Comentários

  1. Boa noite.

    Muito interessante a reflexão pré-lista que o texto propõe. Gostaria de chamar atenção para um ponto: porque temos que fazer tudo em 12 meses ?
    As vezes temos um objetivo que nos parece distante e o deixamos de lado na nossa lista, pois não conseguiremos realizar em 1 ano, assim não pensamos nele durante todo o ano e passados 12 meses nos damos conta que nada foi feito na direção daquele objetivo o que o deixa mais distante ainda. O citado distante objetivo deve sim estar presente nas nossas listas na forma de ações SMART (S – Specific "Específico" M – Measurable "Mensurável" A – Attainable "Atingível" R – Realistic "Realista" T – Timely "Em Tempo"), estas sim em base temporal de 12 meses, assim ao final do ano sempre estaremos um pouco mais perto da realização daquela distante objetivo.

    Think about it!

    Att
    Edilson Junior - Gestor de Pessoas

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  2. Excelente, Edilson! Para planejar o nosso futuro devemos pensar em curto, médio e longo prazos. Para quem não é experiente em planejamento, começar com o horizonte de um ano é um facilitador. Mas, é fundamental ir além. Obrigada pela sua contribuição! Um grande abraço.

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